Dizem que pessoas mais quietas e caladas têm mentes
inquietas.
E estou começando a acreditar nisso.
Sempre fui a mais quieta, a mais observadora, a que sempre
escutava os outros e dava conselhos.
Hoje vejo o quanto é difícil ter alguém pra ti escutar,
compreender e te ajudar nas questões do dia a dia.
E sinto que poucas pessoas fizeram isso por mim e muito mais
fiz por elas. É claro que nunca cobrei de ninguém, mas as pessoas hoje em dia
não estão tão a fim de escutar e sim de falar e falar!
A necessidade de falar acontece raramente comigo. Sempre fui
mais introspectiva e gostava de brincar sozinha.
Não tenho dificuldade em fazer as coisas sozinhas (como ir
pra academia ou sair pra caminhar pelo bairro). E considero isso como uma
qualidade, pois vejo tantas pessoas que simplesmente não conseguem fazer nada
sozinhas ou não gostam de estar sozinhas.
Nesse mundo cibernético estamos mais sozinhos no meio da
multidão do que na minha época quando não existia internet veloz e nem
smartphone. Acho que com isso aprendi “a me virar melhor” em uma sociedade onde
só quem tem o “jeitinho” malandro de ser é mais bem sucedido.
Mas é claro que não colocar tudo pra fora, às vezes, causa
frustração. Por isso, encontro meios alternativos de me expressar e me posicionar
frente ao que me deixa incomodada.
Por isso, olhe para o lado de vez em quando e pare de falar
quando sentir que o ouvinte está mais interessado na paisagem do em você. Tente
escutar o seu redor. O mundo é bem melhor quando deixamos a futilidade de lado
e passamos a mais ouvir do que falar.